Com certeza você já estressou algumas vezes no trânsito e pensou em deixar o carro em casa. Essa opção tem ganhado força e a cada dia mais brasileiros optam por novas formas de se locomover. Depois da disseminação dos aplicativos de transporte como Uber, Cabify um novo modelo surgiu: o sistema de car sharing – que permite ao usuário utilizar, no sistema de aluguel, um veículo como se fosse seu por algumas horas ou até mesmo dias. Normalmente esse processo pode ser feito por um aplicativo de celular.
Segundo dados da Wolrd Resources Institute (WRI), estima-se que, pelo menos, 5 milhões de pessoas no mundo já utilizem esse método. No Brasil, a empresa pioneira foi a Zazcar mas outras já estão fazendo concorrência no mercado. O modelo também vem conectado a possibilidade da utilização de carros elétricos, outra super novidade no país.
As vantagens do car sharing vão além das questões pessoais. As maiores beneficiárias são as cidades que com um menor número de veículos rodando nas vias percebem uma diminuição real do fluxo no trânsito. Um carro compartilhado retira, em média, de nove a 13 automóveis das ruas, segundo o estudo Shared Mobility, da Universidade da Califórnia. Além disso, a diminuição do tráfego também reduz a emissão de poluentes, fator alinhado à real necessidade de pensar em um futuro sustentável para o mundo.
Na prática o modelo funciona de algumas formas: a primeira é chamada roundtrip e o usuário pega e devolve o automóvel no mesmo ponto; e o one-way, que permite que o cliente deixe o carro em qualquer ponto disponível. As frotas também variam: os veículos podem ser de empresas especializadas ou podem ser carros próprios que estão ociosos e que são compartilhados diretamente entre os usuários.
Mas é importante não confundir o modelo de car sharing com o sistema de aluguel de carros. O modelo se diferencia das seguintes maneiras: é super flexível e o tempo de compartilhamento pode variar de alguns minutos a alguns dias e o aluguel pode incluir ou não gasolina no tanque.
Car sharing e a realidade brasileira
A pioneira Zazcar está no mercado desde 2010 e hoje conta com mais de 100 pontos de retirada. Já a Moobie, startup que funciona desde 2017, utiliza o modelo C2C (cliente para cliente) e opera com uma ideia similar ao Airbnb: os usuários do aplicativo anunciam seus veículos para serem alugados por terceiros. Essa é uma opção excelente tanto para quem quer ganhar uma renda extra com a utilização de um carro ocioso quanto para quem não quer ou não pode investir na compra de um veículo.
Outras plataformas buscam espaço nesse mercado e oferecem alguns diferenciais: a VAMO, compartilha automóveis completamente elétricos, que não emitem gás carbônico e colaboram para a preservação do meio ambiente. Já a Urbano LD Sharing também oferece carros elétricos e permite que o usuário devolva o veículo em um ponto diferente do da retirada.
O car sharing ainda é incipiente no país e as empresas contam ainda com a maior disseminação do modelo entre os clientes. A ideia vem ganhando força entre as pessoas que desejam colaborar com uma melhor mobilidade nas cidades, desejam guardar dinheiro ou por aqueles que se preocupam com o meio ambiente. Mas o maior atrativo, segundo um levantamento feito no Canadá – um dos países com o maior número de veículos compartilhados – é a conveniência do modelo. Ou seja, os usuários preferem compartilhar um veículo do que ter que arcar com os custos de investimento de manutenção de um carro.
O futuro do car sharing no Brasil ainda é incerto mas está crescendo gradativamente e tem um potencial imenso de escalabilidade. E ai, que tal dividir seu carro também?